sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Numa tentativa de ir aos primórdios de Vilarandelo

Numa tentativa de ir aos primórdios de Vilarandelo não encontrei dados muito concretos mas consta-se que a origem de Vilarandelo deve de ser bastante antiga. A povoação deve de se ter originado de um conjunto de “vilares” (fracção de vila) estes vilares seriam os bairros actuais. Assim, na altura o conjunto de vilares chamar-lhe-iam ou passariam a chamar de “VILARANDO” donde por serem pequenos ficaria “Vilarandelo”.
É uma povoação com um passado bastante indefinido, a tal ponto que não se sabe ao certo se se incluiria na “terra de Montenegro”, se na de “Monforte”. Mas como a partir do Sec. XIII aparece no termo de Chaves, é levado a crer que se incluiria pela “ terra de Montenegro”.
A situação paroquial também não se apresenta muito clara, o padroado é ignorado antes do sec. XVIII.
Em 1706 aparece como vigararia da Ordem de Malta, da Comenda de S. João da Corveira pertencendo ao termo e Comarca de Chaves, ouvidoria e comarca de Bragança.
As ordens militares tiveram nas terras e povoados de Valpaços os seus domínios, receberam dízimos, protegeram e salvaram as suas gentes e povoados. Deixaram as marcas da sua presença em igrejas e marcos um pouco por todo o Concelho.
A ordem militar que nos deixou mais símbolos da sua mística, foi sem dúvida nenhuma a Ordem de Malta, até porque é em S. João da Corveira que esta Ordem militar tinha o seu “Quartel General”, daí, a dada altura aparecermos como pertencentes à vigararia da Ordem de Malta da Comenda de S. João da Corveira. Os símbolos desta Ordem estão à vista de quem quiser, se formos à Igreja Paroquial de Vilarandelo e olharmos para o muro exterior da sacristia está em alto relevo a uns 2m e 50cm do solo uma cruz de Malta bem visível. Todas as cruzes da via sacra também têm gravadas esta cruz e se olharmos para a cruz da torre sineira também é de Malta.
Diz-nos o Padre Manuel Alves, arcipreste de Valpaços, no seu livro”Marcos da nossa terra”: “Na gíria do povo, no seu linguarejar brejeiro, ainda hoje apelidam as gentes de Vilarandelo “os Maltezes” com um sentido semântico, mas certamente derivados do seu valor histórico. Para eles, deve de ser um orgulho, conservar estes sinais das épocas passadas da sua história, na via romana, no marco miliário e no poio ainda ali conservados, quer pelas siglas da cruz de Malta, com as suas oito pontas, a significar as oito Bem-aventuranças do Evangelho.”

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