"A peça “Jorge Dandino ou um Marido Confundido” estreou com casa cheia em Fevereiro para comemorar os 30 anos do Teatro Experimental Flaviense (TEF) e subiu cinco vezes ao palco em Chaves, mas muitos não a viram e iam pedinchando uma nova oportunidade. Rufino Martins, director da companhia, faz-lhe agora a vontade. “Esta peça está entre os melhores trabalhos do TEF pela qualidade da encenação. Tem um cenário vistoso e imponente; o som, a luz e o guarda-roupa são fabulosos. Os actores têm muita experiência, o que faz com que a peça resulte em qualquer lado e que a crítica seja muito boa”, explica o director do TEF.
Mas afinal quem é Jorge Dandino? Um ingénuo e rústico aldeão que casa com uma fidalga sem dinheiro e rápido descobre as pérfidas intenções da senhora ao deparar-se com as suas infidelidades matrimoniais. Durante cerca de 1h20, oscilando entre situações cómicas e um desespero dramático, Jorge Dandino tenta desmascará-la, mas não consegue, já que a sogra também não quer perder a fortuna do genro. No fundo, “é um homem bom e honesto que tem a infeliz ideia de pensar que a fidalguia e o dinheiro deveriam andar de mãos dadas”, descreveu o encenador Ruy de Matos na estreia da peça. Mas ao contrário do ditado e ironia das ironias, “a trama da peça parece não os castigar pois persistem impunemente na sua conduta”, conclui o encenador do Teatro Nacional D. Maria II. É aqui que reside o génio singular de Molière.
“É uma peça de um grande autor. Molière é extraordinário. Esta é uma comédia, mas dá que pensar porque o personagem principal vê-se envolvido numa série de enganos por parte da mulher e da sogra, que dá pena dele”, comenta Rufino Martins. “Hoje, também há maridos enganados pelas esposas. Este tema vem quase do princípio do mundo aos dias de hoje. Esta é a maneira que Molière via um estrato da sociedade, que se reflecte também na actual”, conclui o director do TEF. “Jorge Dandino” andou este ano em itinerância e até ao final do ano deverá ser representada mais sete vezes em localidades dos distritos de Vila Real e Bragança."
Excerto retirado do diário @ctual do Alto Tâmega e Barroso
Apareçam, que de certeza vão passar um bom bocado na companhia deste grupo de teatro.
A entrada é gratis!
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