sexta-feira, 22 de julho de 2011

Faleceu o grande defensor do folclore nacional - Augusto Gomes Santos

Há cerca de 50 anos, Augusto Gomes dos Santos, foi o homem que deu a reviravolta ao folclore nacional. Iniciou com uma equipa, junto dos grupos de folclore daquele tempo, uma campanha de mentalização e sensibilização para evitar adulterações nas danças, cantares e trajos que na altura se verificavam.
À cerca de 25 anos atrás, o grupo Folclórico de Vilarandelo sentiu a necessidade de ir beber às verdadeiras raízes. Na época, eram como a maioria dos grupos que existiam, ou seja, dançavam, vestiam e cantavam coisas adulteradas, inventadas e muitas vezes nem eram oriundas da região em que o grupo se inseria. Nesse sentido, contactamos a Federação do Folclore Português que já andava a fazer um grande e profícuo trabalho junto dos grupos do país. Só para ter uma ideia, das danças que o rancho tinha na época, apenas foram aproveitadas quatro. É preciso de esclarecer que a Federação não nos veio impingir nada, apenas nos veio dar as ferramentas e ensinar como devemos fazer um trabalho sério e de respeito para com as tradições da nossa região. A partir dessa data, o rancho criou uma equipa de recolhas que andou por Vilarandelo e pelas terras vizinhas. Depois de recolhido, era necessário agarrar em todo esse material gravado e escrito e passa-lo para o palco. Em todo este processo de recolha e de tratamento do material recolhido foi também muito importante a formação dada pelo INATEL, que através do saudoso Tomás Ribas, também ele grande conhecedor e estudioso do folclore, foram-nos dadas muitas ferramentas para procedermos à transformação radical que o grupo “sofreu”.
As visitas do Sr. Santos a Vilarandelo eram um acontecimento para o grupo, Ele tratava-nos com muito carinho porque éramos o único grupo na época em todo Trás-os-Montes que estava a trabalhar com a Federação e porque somos transmontanos e recebemos sempre as pessoas de braços abertos. Também sabia ser exigente connosco, se queríamos passar para outro patamar teríamos de em palco e fora dele enquanto estivéssemos trajados, encarnar o personagem que representávamos. Sim, porque nós não fazemos Folclore, representamos apenas, e essa representação tem de ser a mais fidedigna possível para que quando nos deslocarmos a qualquer região do país ou ao estrangeiro, as pessoas não sejam enganadas e não comerem “gato por lebre”.
Em linguagem futebolística, era como se tivéssemos subido para a primeira divisão nacional, passamos a participar todos os anos em dezenas de festivais nacionais e internacionais de muita qualidade, o nome de Vilarandelo e do concelho de Valpaços correu e corre o país inteiro, passando também por alguns países europeus. Hoje, graças a este homem penso que somos uma aposta ganha, um projecto que deu e continua a dar muitos frutos e que consciencializou a população de Vilarandelo e arredores para a importância do Folclore, a prova disso está no Festival de Folclore realizado todos os anos que já vai na sua 26ª edição, onde acorrem centenas de pessoas para assistir.

Um bem-haja ao Sr. Santos e ao trabalho que deixou, paz à sua alma...  
PP

terça-feira, 19 de julho de 2011

EXPOSIÇÃO DE PINTURA EM VILARANDELO

Estão todos convidados para apreciar a exposição de pintura do artista Transmontano de Jou(Murça) António Santos a viver em França. O tema é-nos muito querido: "Do grão ao pão", são quadros lindíssimos que "falam" sobre todo o ciclo do pão. A Exposição vai estar aberta a partir das 10h de dia 23 de Julho até à meia noite do dia 31 de Julho, no salão de festas da Casa do Povo de Vilarandelo.
Apareçam porque vai valer a pena!!

domingo, 17 de julho de 2011

Grupo Folclórico de Vilarandelo na Alemanha


O grupo Folclórico e Etnográfico da Casa do Povo de Vilarandelo esteve presente num dos maiores festivais internacionais de folclore da Alemanha. Schlitz, foi a cidade que acolheu grupos de todo mundo: Portugal, Roménia, Argentina, Hawai, Macedónia, Nova Zelandia, Itália, Indonésia, Escócia e Alemanha. Foi um autentico encontro de povos, onde as diferenças existem para se criarem amizades para sempre. Ando no folclore há alguns anos e nunca vi nada assim. Durante os dias do festival o Folclore é rei, veêm-se muitas pessoas na cidade trajadas com as roupas tradicionais da região. O próprio presidente da Câmara de Schlitz no discurso de abertura do festival estava trajado a rigor. Foi para mim uma verdadeira lição de humildade de um povo que apesar de ter tido uma historia recente muito negra, soube dar a volta sem perder os verdadeiros valores humanos e morais.
Foi um orgulho para mim e de certeza para o resto do grupo termos tido a oportunidade de representarmos Portugal, Tras-os-Montes, o Concelho de Valpaços e Vilarandelo.
deixo aqui algumas fotos dos bons momentos que passamos na Alemanha:


À espera do nosso teste de som, no palco o seriam feitas as principais actuações do grupo


TVK - Espaço de diversão onde todos os grupos também actuaram.

Grupo de Vilarandelo em deslocação para o ensaio, sempre em alegre animação...
O gaiteiro não está porque está a tirar a foto... 


Aspecto da praça principal, pormenor da nossa bandeira lá ao fundo...


os nossos percursionistas a dar um ritmo de capoeira para os nossos guias que nos fizeram uma interessante demonstração desta arte/dança marcial brasileira.

Discurso do sr. Presidente da Câmara de Schlitz, vestido com o traje tradicional daquela região. Um exemplo  a seguir pelos autarcas portugueses...

Bela foto dos elementos do nosso grupo dançando o Malhão Antigo, dança apenas tocada a realejo, é a simplicidade transmontana.

O nosso grupo teve uma pequena colaboração, numa celebração na igreja Evangelista de Schlitz, cantando o "Bendito".

Rui Magalhães a ser entrevistado por uma TV Alemã.

Aspecto do palco à noite

Enquanto estávamos à espera do grande desfile, os grupos juntaram-se em grande animação... Imaginem só a mistura saudávelde culturas...


No encerramento do festival são acesas tochas, e são apagadas todas as luzes da cidade. As tochas são entregues aos grupos que fazem um pequeno desfile pela cidade, o espectáculo é deslumbrante e cheio de simbolismos.